Sobre a busca incessante da validação externa
Texto um pouco mais longo, e com menos fotos. Vai encarar??
Essa semana, em ambientes completamente diferentes, escutei a mesma coisa, mas, não da mesma forma. Primeiramente, numa sessão voltada à mentoras, Paty Perdigão que liderava a sessão disse:
“Você não sente que merece porque ainda está tentando caber em um molde que não é seu. Você está tentando se encaixar, quando deveria se destacar.”
E esse pensamento, ou essa constatação está diretamente relacionada com a “Síndrome da impostora” onde vivemos acreditando que não estamos prontas ou não somos boas o suficiente (ou ambas)- independente da área da sua vida. E por essa razão, muitas vezes, nem tentamos algo novo, evitamos a exposição e procrastinamos. Que aula, viu?! O MEDO de fracassar, de ser julgada ou avaliada nos impede de AGIR.
Para agir é preciso coragem!
O impacto dessa busca incessante por validação externa é profundo. Segundo pesquisas, mulheres são mais propensas a sofrer com a Síndrome da Impostora, e as redes sociais amplificam essa sensação. Um estudo da Universidade de Stanford mostrou que a comparação constante com imagens idealizadas afeta diretamente nossa autoestima e percepção de competência. Incrível, né? Acreditamos mais do que qualquer um pode dizer sobre nós mesmas, ao invés de confiarmos em nossa história?!
Não é à toa que tantas mulheres se sentem presas em um ciclo de auto sabotagem. A pressão para “se encaixar” e ser tudo para todos leva à exaustão, à perda de identidade e, muitas vezes, ao abandono dos próprios sonhos. Quantas não se identificam nesse ponto?
Hoje, na empresa tivemos uma sessão super intensa de 02 horas com as áreas técnicas onde mulheres de diferentes idades e em diferentes estágio da vida compartilharam um pouco de si, seus desafios e conquistas. Foi lindo! Uma delas, a que começou e por isso, estaria no estágio dos 20-30 anos disse que
“temos que parar de buscar a validação externa” o tempo todo.
E fiquei muito feliz por ela ter tido esse insight tão cedo. Buscamos, na maior parte do tempo agradar os outros, atingir às expectativas dos outros, ou igualar-se à “modelos”; mas, nem sempre isto está alinhado com o que você quer!
Eu sei bem como é isso. Por muito tempo, me senti exatamente assim. Achei que precisava provar meu valor, atender expectativas irreais e que, se não fizesse tudo perfeitamente, não era digna de reconhecimento. Me cobrava demais e me esquecia no processo. E estava presa nesse processo.
Mas eu consegui sair desse ciclo.
Algo que me ajudou profundamente foi mudar de país. Mas, você não precisa sair do país para conseguir sair desse ciclo. Para mim, sair do ambiente onde eu me sentia “sempre devendo algo” ou no lugar onde eu sempre tinha medo de “decepcionar alguém” me permitiu redescobrir quem eu realmente sou. Quando nos afastamos das expectativas e das comparações ( que nós mesmos fazemos) que nos prendem, ganhamos a chance de nos reinventar, nos priorizar e dar mais espaço para sermos quem realmente queremos ser. Não é culpa de ninguém! Ou melhor, sempre fui eu buscando uma validação que jamais chegava.
O que mudou? O que foi essencial nesse processo? A pausa.
O momento em que parei de correr para atender demandas externas e comecei a olhar para dentro. Quando se não tem muitos amigos, quando não tem vida social- e é normal quando se muda para um lugar novo; temos tempo para nós mesmos como família, fazer as coisas sem pressa, não é preciso agradar ninguém e também se pode optar por não fazer nada.
Porém, atualmente, no mundo acelerado que vivemos, no mundo FOMO- fear of missing out, temos medo de parar, achamos que isso nos faz perder tempo, mas na verdade, é na pausa que nos reencontramos.
Como disse Carl Jung:
"Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro desperta."
Durante esse 1 ano e meio
✔️ Entendi meu próprio valor, independente de validação externa. Aprendi a reconhecer minhas qualidades, minhas conquistas e minha história. E me sinto orgulhosa de onde estou agora.
✔️ Aprendi a ocupar meu espaço sem medo e a priorizar meu bem-estar. Sem culpa- o que é para mim super importante. E ocupar o SEU espaço é algo que ninguém pode fazer por você.
✔️ Retomei minhas práticas para mudar a minha mentalidade: meditação, journaling e oração.
✔️ Reconheço e valorizo que tenho muito do que sempre sonhei: Passei a valorizar as pausas, a caminhada com a cachorrinha sem o relógio, o Sol pela manhã no caminho até o trabalho, a minha vista para o mar, a oportunidade de poder almoçar em casa, a chance de poder ver meus filhos no futebol, uma cafeteria no final de semana, um bate e volta na praia. E escrevendo eu penso: UAU!! Tudo que admiro em muitas pessoas na rede social eu JÁ TENHO. Por que eu não tinha visto isso antes? …
Eu sou a maior AUTORIDADE quando o assunto é a minha vida!
Sobre a validação nas crianças- bem breve.
E isso podemos passar para nossos filhos- no caso de quem é mãe. Podemos passar a eles a sensação de que devem agradar todos o tempo todo, e que precisam de algum tipo de aprovação externa e que o que eles sentem não importa. NÃO COMPARE OS SEUS FILHOS.
A busca incessante por validação externa não afeta apenas os adultos; ela tem raízes profundas que frequentemente se originam na infância. Desde cedo, as crianças aprendem a associar seu valor pessoal à aprovação dos outros. Comentários como "Só vou te amar se você for um bom menino" ou "Você só é inteligente quando tira nota alta" transmitem a mensagem de que o amor e a aceitação estão condicionados ao desempenho ou comportamento. Essa dinâmica pode levar a uma dependência emocional que persiste na vida adulta, resultando em baixa autoestima, insegurança e medo de errar.
Além disso, a falta de validação emocional na infância está associada ao desenvolvimento de sentimentos de vergonha, ansiedade e sintomas depressivos. Um estudo publicado na revista Psychologica revelou que mães percebidas como desaprovadoras das emoções dos filhos podem desencadear nesses sentimentos de vergonha, contribuindo significativamente para a presença de sintomas depressivos e ansiosos.
Portanto, é fundamental que, como adultos, reconheçamos esses padrões e trabalhemos para quebrar o ciclo de dependência da aprovação alheia. Ao compreendermos que nosso valor não está atrelado à validação externa, podemos construir uma autoestima mais sólida e viver de acordo com nossos próprios valores e desejos.
Hoje, preciso digerir toda essa reflexão que fiz. Preciso reconhecer que muito do que eu sempre busquei, hoje eu tenho.
Pessoalmente, recebo lindas mensagens de amigas e pessoas próximas do quanto estão orgulhosas de mim, de onde eu cheguei, de conquistar o sonho que sempre compartilhei e muitas perguntas do tipo “como você conseguiu Paty?” Ou mensagens do tipo “como dou conta de tudo?” Eu não dou… eu choro, eu me sinto cansada, eu me sinto frustrada…
Mas, sem dúvida, o que muda o meu dia a dia é:
reconhecer o que enche meus tanques de energia e o que rouba minha energia
reconhecer o que me faz bem, reconhecer os meus limites
E, principalmente, a me sentir orgulhosa e contente pelo que tenho hoje
Cuidar da minha saúde física e mental
Diminuir o check list e avaliar as prioridades.
Como em sido esse processo por aí? Se quiser dividir, sinta-se à vontade.
Atenção: como parte do meu próprio reconhecimento e respondendo a pedidos, vou colocar à venda a aula sobre longevidade, onde abordarei o livro OUTLIVE e como aplicar seu ensinamento nos dias de hoje ao vivo.
Fique de olho!
Quem for assinante pago, terá acesso gratuito a essa aula, faz parte do conteúdo premium.