O que aprendi vendo meu filho jogando futebol.
Insights de uma semana chuvosa por aqui- casual talk
Chegando após o futebol do meu filho em casa- após o terceiro jogo do final de semana, muitos pensamentos vieram na minha cabeça com insights diferentes, e aqui compartilho os principais deles.
#Aprendizado 01: Ninguém joga bem todo dia.
Semana passada; sentada, ou sendo verdadeira- em pé, pois, fico muito nervosa kkkk na arquibancada com um café na mão e o coração cheio, percebi algo que talvez você também já tenha vivido: como é potente observar um filho sonhar grande.
O futebol, para muitos meninos e meninas, é mais do que um esporte — é um palco onde eles projetam desejos, medem a própria coragem e, muitas vezes, escolhem os primeiros ídolos. E é aí que começa o nosso papel delicado e decisivo como mães e mulheres que querem formar gente boa no mundo.
Aprendi que não é sobre torcer para que se tornem o próximo Messi ou Marta. É sobre usar o sonho como uma ponte:
para ensinar disciplina sem rigidez,
compromisso sem cobrança cega,
alegria com responsabilidade.
Sim, deixamos eles sonharem alto — mas ajudamos também a manter os pés no chão. Mostramos que talento é bonito, mas caráter é o que sustenta.
Apoiamos nossos filhos a sonhar, sim. Mas também ensinamos que sonho não é mágica — é caminho. Que exige treino, cansaço, repetição. Ajudamos a transformar a vontade em disciplina. Mostramos que perder faz parte, que nem todo gol é decisivo, mas cada partida ensina.
Acolhemos os campeonatos perdidos, os chutes errados, o nervosismo antes do jogo. Abraçamos o choro no banco de reservas e celebramos — com a mesma intensidade — quando vem o sorriso da vitória.
Mas… por que isso não vale pra gente?
Por que, quando somos nós que erramos, não temos essa mesma compaixão?
Por que não comemoramos nossos próprios gols, os dias em que fomos incríveis mesmo sem plateia, os bons passes que demos no trabalho, em casa, na vida?
Por que abandonamos nossos sonhos nas primeiras derrotas e ensinamos nossos filhos a levantarem a cabeça?
Talvez seja hora de rever isso.
Talvez a maior lição que possamos dar a eles seja essa:
Seguir sonhando — mesmo adultos. Mesmo cansadas. Mesmo imperfeitas.
Que saibamos comemorar nossos gols com a mesma alegria com que batemos palma na arquibancada.
E que, quando errarmos, sejamos também nossa própria torcida: firmes, presentes, amorosas.
Afinal, o jogo da vida é longo. E ninguém joga bem todo dia.
Mas quem joga com o coração inteiro, esse sim, nunca sai de campo derrotado.
E, no fundo, nós também aprendemos com isso. Porque não importa quantos diplomas ou títulos tenhamos: há algo de profundamente inspirador em ver uma criança correr atrás de um gol com o coração inteiro- que possamos estar dispostas a correr atrás do nosso gol!
#Aprendizado 2: Amigos, esporte, parceria e trabalho
Imagem criada com inteligência artificial.
Uma partida de futebol começa com 11 jogadores de cada lado — ninguém entra em campo sozinho.
Cada um tem sua posição, seu papel, seu tempo de ação. Tem quem defende, quem cria, quem finaliza.
Tem quem observa o jogo todo antes de agir. Tem quem lidera, quem grita, quem orienta.
E tem quem, silenciosamente, dá o passe certo na hora exata — e muda tudo.
É impressionante como o jogo ensina mais do que tática.
Ensina sobre parceria. Sobre escuta. Sobre respeitar o lugar do outro — e o nosso próprio. Ensina que não dá para fazer tudo sozinha. E mais ainda: que não precisamos ser boas em tudo para sermos essenciais.
Mas como mães, mulheres, profissionais... esquecemos disso com uma facilidade cruel.
Quantas vezes você já se sentiu sozinha num campo de futebol lotado?
Tentando defender, armar e finalizar o jogo da vida — sem técnico, sem torcida, sem reservas?
Quantas vezes sentiu que o jogo estava pesado demais, que precisava de substituição, mas ninguém percebeu — porque você finge tão bem que está tudo sob controle.
O futebol ensina que pedir para sair não é fraqueza — é inteligência de jogo.
É reconhecer o próprio limite. Confiar que alguém entra em campo por você.
E que, do lado de fora, você ainda é parte do time.
Na vida, no trabalho, com as amigas, em casa: cada uma segura uma ponta.
Cada uma defende um ideal, passa a bola quando é hora, recua quando precisa respirar.
Às vezes somos a goleira — aguentando pressão lá atrás.
Às vezes a atacante — indo na frente, abrindo caminhos.
E em muitos dias, somos só o meio de campo — mantendo tudo funcionando com precisão invisível.
Mas ter um time de verdade — que te vê, que te ouve, que te substitui sem julgamento — muda tudo.
No campo, em casa, na vida.
E se hoje você está se sentindo sozinha, cansada, perdida no meio do jogo,
que esse texto seja o seu sinal: peça apoio. Peça substituição.
Ou só pare um instante. Respire.
Você ainda está no jogo. E o jogo ainda é seu.
#Aprendizado 3: Performance do bem estar
(Spoiler: não é estar sempre produtiva)
Estar bem, hoje em dia, virou quase um cargo. Um status.
Dormir bem, comer bem, render bem, treinar bem, postar bem. E, de preferência, com bom humor.
Mas a verdade é que estar realmente bem não tem tanto a ver com performance — tem a ver com presença.
Tem dias em que estamos no banco. Observando. Cansadas. Sem a bola no pé, sem aplausos, sem vitórias visíveis. E tudo bem. Estar no banco também faz parte do jogo. Nem sempre estamos prontas para entrar em campo. E isso não nos faz menos valiosas.
As frustrações fazem parte — para os nossos filhos que sonham com gols, para nós que sonhamos com equilíbrio. Aquele equilíbrio dividido nas redes sociais que nem sempre é real. Todas nós surtamos como aqueles técnicos que vemos na Tv, mas a gente não mostra; afinal, ninguém mostra o VAR da sua vida (VAR é o árbitro de futebol que checa as jogadas, possíveis faltas e gols para validar).
Aprender a não ser titular todos os dias ensina mais sobre a vida do que qualquer planilha de produtividade. Mas, querer ser titular pode fazer a diferença na disciplina, na construção do sonho. O futebol das crianças nos ensina sobre escuta, sobre humildade, sobre esperar a hora certa de agir — sem pressa, mas sem desistir.
Estar bem é, muitas vezes, saber que você está ali
— inteira —
mesmo quando o mundo não está te vendo.
É saber que sua presença importa, que seu corpo e sua mente têm direito a pausas. E que bem-estar não é um resultado: é uma relação com você mesma.
Me conta, esse texto ressoou em você?
Qual dos 03 aprendizados?
Te digo que segunda na assinatura premium tem texto sobre Produtividade e Wellness.
Lindo fim de semana!
Amei Paty! Me vi em muitas das reflexões e compactuo do mesmo sentimento!
Detalhe: também assisto em pé nervosa kkk